A propósito do que li num dos meus blogs predilectos sobre a "importância que efectivamente tem a parte fisica de uma relação", e se "...o amor poderá sobreviver sem a paixão... sendo a paixão a expressão primordial do desejo....", dei por mim a meditar no que sinto e porque o sinto.
Naturalmente, sou obrigado a concordar que...sim, a parte física tem importância e...sim, a parte física faz diferença e....sim, todo o físico é fantástico e maravilhoso e fabuloso e mágico e....
Mas por outro lado, talvez seja importante determinar, antes de mais, o que é esse físico, esse desejo, essa tesão. Porque, e à parte de casos particulares (que até nem são assim tão particulares como isso), de que forma é esse fogo físico tão fundamental numa verdadeira relação sentimental?
É que todos já ouvimos sobre histórias reais contadas por uns e por outros de amores distantes ou de amores intocáveis e, por vezes, até sem qualquer físico. Todos já lemos poemas e histórias clássicas de amor, de ilustres autores portugueses e estrangeiros, sobre amores não concretizados, mas que sobreviveram ao passar dos tempos com a mesma força, senão mesmo reforçada (embora agora me ocorra à memória o Cyrano de Bergerac). Todos alguma vez sentimos algo de muito especial por alguém que não foi despoletado por qualquer atracção física, mas que naturalmente se acabou por reflectir no seu corpo (ou não).
Pessoalmente, considero o toque físico muito importante, diria até fundamental. Faz parte de quem sou. Sinto falta de mexer, de tocar, de sentir o calor corporal, o vibrar do corpo, a simples respiração, o palpitar de um músculo, o mexer de uma veia, o cheiro do corpo que em cada parte é diferente, e olhar nos olhos, aquele olhar profundo ou simplesmente observador, o jeito, o gesto, a expressão, enfim... ...o sentir o corpo vivo, e interagir com ele. Sendo esse corpo da pessoa amada, da mais desejada de todas, essas sensações atingem o rubro, e levam-nos a estados e sensações que jamais teríamos de outra forma...
...ou será que teríamos mesmo de outra forma?
Será que, de acordo com algumas filosofias, conseguiremos mesmo desligar-nos do sentir físico e passarmos ao rubro metafísico?
Será que andamos todos iludidos e embrenhados num corpo que, mais cedo ou mais tarde, definha e perde todo aquele sabor, toda aquela frescura, jovialidade, elastecidade, brilho, tenacidade...
...será essa passagem da idade uma lição dos deuses, do sentir sem a necessidade do corpo?
Sei, no entanto, que amarei sempre o corpo daquela que amo, seja hoje ou amanhã, ou daqui a 50 anos, como se fosse hoje. Mesmo o corpo velho, gasto, marcado pelo tempo, sem aquele brilho e esplendor de outros tempos. Porque esse corpo terá sempre a marca do sentimento, do meu sentimento, e do seu sentimento, que o transformará a meus olhos num corpo belo e atraente, aquele que me levará sempre ao rubro, e que me dará sempre a sensação de segurança e conforto, que me faz sentir em casa.
A pessoa que amamos torna-se diferente com o tempo na nossa maneira de sentir e olhar, na nossa perspectiva, e torna-se mais profunda, ou mais "nossa", assim como se fizesse parte de nós, como se fosse uma extensão do nosso ser, do nosso corpo... ...e de uma forma muito natural.
Pelo menos é isso que sinto. Passa a ser um pedaço meu, uma extensão do meu ser, a terminação da minha imperfeição.
E que bem que sabe, mesmo muito bem....
Afinal, talvez seja isso mesmo. O corpo, a "união dos corpos amados", talvez não seja tão fundamental. Na verdade, é meramente passageiro.
Mas nós, seres humanos, precisamos de sentir e gozar dessa união para dar forma a um sentimento que não se apalpa nem se vê, mas apenas se sente como algo abstrato e indescritivel. E sem "encher as mãos", sentimo-nos como que a perder a fé dos sentimentos do coração. Somos incrédulos por natureza. E demonstramos essa incredulidade todos os dias nos nossos actos, até nos mais banais.
E até lá, até nos sentirmos capazes de iludir o físico que nos trai com o tempo, até acreditarmos que o que sentimnos é mesmo verdade e não carece de confirmação...
...até lá, o melhor é tirarmos o máximo prazer do corpo que temos e daquele que amamos, gozarmos dessa tesão física e psicológica até caír para o lado, como se não houvesse amanhã...
...porque amanhã, amanhã é já ao virar da esquina, é já daqui a pouco, e o tempo não perdoa!
Naturalmente, sou obrigado a concordar que...sim, a parte física tem importância e...sim, a parte física faz diferença e....sim, todo o físico é fantástico e maravilhoso e fabuloso e mágico e....
Mas por outro lado, talvez seja importante determinar, antes de mais, o que é esse físico, esse desejo, essa tesão. Porque, e à parte de casos particulares (que até nem são assim tão particulares como isso), de que forma é esse fogo físico tão fundamental numa verdadeira relação sentimental?
É que todos já ouvimos sobre histórias reais contadas por uns e por outros de amores distantes ou de amores intocáveis e, por vezes, até sem qualquer físico. Todos já lemos poemas e histórias clássicas de amor, de ilustres autores portugueses e estrangeiros, sobre amores não concretizados, mas que sobreviveram ao passar dos tempos com a mesma força, senão mesmo reforçada (embora agora me ocorra à memória o Cyrano de Bergerac). Todos alguma vez sentimos algo de muito especial por alguém que não foi despoletado por qualquer atracção física, mas que naturalmente se acabou por reflectir no seu corpo (ou não).
Pessoalmente, considero o toque físico muito importante, diria até fundamental. Faz parte de quem sou. Sinto falta de mexer, de tocar, de sentir o calor corporal, o vibrar do corpo, a simples respiração, o palpitar de um músculo, o mexer de uma veia, o cheiro do corpo que em cada parte é diferente, e olhar nos olhos, aquele olhar profundo ou simplesmente observador, o jeito, o gesto, a expressão, enfim... ...o sentir o corpo vivo, e interagir com ele. Sendo esse corpo da pessoa amada, da mais desejada de todas, essas sensações atingem o rubro, e levam-nos a estados e sensações que jamais teríamos de outra forma...
...ou será que teríamos mesmo de outra forma?
Será que, de acordo com algumas filosofias, conseguiremos mesmo desligar-nos do sentir físico e passarmos ao rubro metafísico?
Será que andamos todos iludidos e embrenhados num corpo que, mais cedo ou mais tarde, definha e perde todo aquele sabor, toda aquela frescura, jovialidade, elastecidade, brilho, tenacidade...
...será essa passagem da idade uma lição dos deuses, do sentir sem a necessidade do corpo?
Sei, no entanto, que amarei sempre o corpo daquela que amo, seja hoje ou amanhã, ou daqui a 50 anos, como se fosse hoje. Mesmo o corpo velho, gasto, marcado pelo tempo, sem aquele brilho e esplendor de outros tempos. Porque esse corpo terá sempre a marca do sentimento, do meu sentimento, e do seu sentimento, que o transformará a meus olhos num corpo belo e atraente, aquele que me levará sempre ao rubro, e que me dará sempre a sensação de segurança e conforto, que me faz sentir em casa.
A pessoa que amamos torna-se diferente com o tempo na nossa maneira de sentir e olhar, na nossa perspectiva, e torna-se mais profunda, ou mais "nossa", assim como se fizesse parte de nós, como se fosse uma extensão do nosso ser, do nosso corpo... ...e de uma forma muito natural.
Pelo menos é isso que sinto. Passa a ser um pedaço meu, uma extensão do meu ser, a terminação da minha imperfeição.
E que bem que sabe, mesmo muito bem....
Afinal, talvez seja isso mesmo. O corpo, a "união dos corpos amados", talvez não seja tão fundamental. Na verdade, é meramente passageiro.
Mas nós, seres humanos, precisamos de sentir e gozar dessa união para dar forma a um sentimento que não se apalpa nem se vê, mas apenas se sente como algo abstrato e indescritivel. E sem "encher as mãos", sentimo-nos como que a perder a fé dos sentimentos do coração. Somos incrédulos por natureza. E demonstramos essa incredulidade todos os dias nos nossos actos, até nos mais banais.
E até lá, até nos sentirmos capazes de iludir o físico que nos trai com o tempo, até acreditarmos que o que sentimnos é mesmo verdade e não carece de confirmação...
...até lá, o melhor é tirarmos o máximo prazer do corpo que temos e daquele que amamos, gozarmos dessa tesão física e psicológica até caír para o lado, como se não houvesse amanhã...
...porque amanhã, amanhã é já ao virar da esquina, é já daqui a pouco, e o tempo não perdoa!